O Ministério da Justiça já tem pronta a estratégia para a transferência dos dez chefões do Comando Vermelho (CV) que, segundo a polícia do Rio, ordenaram os bloqueios e barricadas pela cidade em represália à megaoperação executada na terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, a partir do presídio de Bangu 3.
As transferências foram solicitadas pelo governo do Rio à Vara de Execuções Penais, vinculada ao Tribunal de Justiça do Estado, na própria terça, e ainda não foram liberadas. Mas a Secretaria Nacional de Política Penitenciária (Senappen) já decidiu espalhar os dez integrantes da “comissão”, a cúpula da facção, pelas cinco unidades de segurança máxima do governo federal – Brasília, Porto Velho (RO), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR) –, de forma a fazer com que eles fiquem dispersos, atendendo a um pedido do governo do Rio.
Como há unidades, porém, será inevitável que dois ou mais presos acabem juntos em uma delas. Por isso, embora sejam penitenciárias de segurança máxima, onde os detentos ficam isolados em celas individuais de 6 metros quadrados, haverá um cuidado extra para que eles não se articulem dentro das cadeias ou a partir delas, como já ficou evidente que vem fazendo no sistema prisional do Rio.
A estratégia determinada pela cúpula do Ministério da Justiça, já adotada em outros casos que envolvem líderes de facção, é fazer um rodízio, com a troca dos presos de unidade em períodos determinados conforme informações de inteligência.
“A ideia é quebrar a cadeia de comando da organização criminosa e evitar que os presos criem vínculos no entorno dos presídios”, diz uma fonte a par das discussões ouvida em caráter reservado, já que o assunto é considerado “reservadíssimo” pela cúpula da Justiça.
Fonte – G1

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