Comus denuncia falta de insumos e risco de colapso no Hospital Municipal em Foz do Iguaçu

O presidente do Conselho Municipal de Saúde (Comus) de Foz do Iguaçu, Khalid Walid Omairi, demonstrou preocupação com a atual gestão da saúde pública no município e cobrou mais transparência e eficiência da Fundação Municipal de Saúde, responsável pela administração do Hospital Municipal Padre Germano Lauck. A fala ocorreu durante entrevista ao programa Contraponto, na Rádio Cultura.

Omairi revelou que o Conselho encaminhou ofícios pedindo esclarecimentos sobre denúncias envolvendo os setores de Ortopedia Pediátrica e Neurocirurgia do hospital, que relataram falta de equipamentos, insumos, qualificação técnica e risco de desabastecimento. Segundo ele, uma das respostas recebidas “não foi satisfatória”, e outras ainda aguardam retorno oficial da Fundação.

O presidente também afirmou que há empresas terceirizadas pedindo descredenciamento devido a atrasos e dificuldades na execução dos contratos. “O Hospital Municipal é um patrimônio da sociedade iguaçuense, mantido com milhões de reais todos os meses. Não dá para aceitar que faltem materiais e estrutura básica para o atendimento”, afirmou.

O presidente também destacou que o Comus oficiou a direção do hospital para explicar a situação com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), após a instituição relatar dificuldades de acesso a salas de aula dentro do hospital. “A Fundação ainda não respondeu, mas já foi convidada para prestar esclarecimentos em plenária. A conferência municipal determinou esforços para transformar o Hospital Municipal em hospital-escola, e precisamos avançar nesse sentido”, disse Omairi.

Durante a entrevista, ele mencionou também que o convênio de Enfermagem com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) está prestes a vencer em novembro e que há grande risco de não renovação, o que representaria novo prejuízo para a assistência e para a formação prática dos estudantes. “Esse convênio garante atividades essenciais de estágio e apoio ao atendimento; se não for renovado, haverá impacto direto na assistência e na formação dos profissionais”, alertou.

Outro ponto enfatizado foi a necessidade de planejamento e diagnóstico situacional na gestão da saúde. O Conselho, segundo ele, está cobrando o cumprimento dos prazos para envio de documentos como o Plano Plurianual da Saúde (2026–2029) e a Lei Orçamentária Anual de 2026.
“É impossível planejar sem diagnóstico. O município precisa saber quem está na fila, quais são as demandas e as reais necessidades da população”, ressaltou.

Omairi ainda criticou a falta de estrutura do próprio Conselho, que até recentemente funcionava com apenas um secretário executivo, um ouvidor e dois guardas mirins. Ele informou que já foi encaminhada uma resolução para reforçar a equipe com estagiários, assessoria jurídica e contábil. “O controle social precisa ter estrutura para funcionar. O Conselho não serve ao presidente, serve à população e aos conselheiros que fiscalizam o sistema de saúde”, disse.

Com um orçamento que ultrapassa R$ 650 milhões entre recursos municipais e estaduais, o presidente considera inadmissível que problemas como filas de consultas e exames persistam. “Temos casos de pessoas esperando há dois anos por diagnósticos ou exames. O problema não é apenas de falta de dinheiro, mas de gestão e de cumprimento de prazos”, afirmou.

Por fim, Omairi reforçou que o Comus tem adotado uma postura rigorosa diante das denúncias, instaurando cinco procedimentos ético-disciplinares nos últimos meses e cobrando assiduidade e participação efetiva dos conselheiros. Ele também anunciou que o Conselho promoverá, no dia 19 de novembro, um curso de qualificação para conselheiros locais, com cartilhas e palestras voltadas à capacitação do controle social. “Nada vai para a gaveta. Estamos cortando na própria carne quando necessário, mas o objetivo é fortalecer o sistema e garantir que a população tenha uma saúde pública de qualidade”, concluiu.

A produção da Rádio Cultural entrou em contato com a diretora do Hospital Municipal, Iélita Santos. Ela disse que está nos prazos para responder aos ofícios do COMUS e que não há falta de transparência em nada. “Estamos realizando um trabalho que, por anos, ficou parado”, disse ela.

Fonte – Rádio Cultura de Foz

Márcio de Souza

Autor e editor responsável pelo site Paraná e Notícia. Com um compromisso inabalável com o jornalismo sério e a informação relevante, Márcio se dedica a cobrir os principais fatos do Paraná, como Política, Plantão Policial, Esportes e Notícias do Oeste Paranaense, garantindo informação relevante e atualizada.

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